Entidades do setor produtivo consideram alta da Selic excessiva
Para comĂ©rcio e indĂșstria, elevação prejudica recuperação econĂŽmica
A elevação da taxa Selic (juros bĂĄsicos da economia) para 7,75% ao ano  recebeu crĂticas de entidades do setor produtivo. Para o comĂ©rcio e a indĂșstria, a decisĂŁo do ComitĂȘ de PolĂtica EconĂŽmica (Copom) do Banco Central foi excessiva e aumenta o risco de recessĂŁo econĂŽmica em 2022.
Em nota, o presidente da Confederação Nacional da IndĂșstria (CNI), Robson Andrade, informou que a decisĂŁo prejudica a retomada do emprego e a recuperação da economia. Para a entidade, o BC poderia nĂŁo ter acelerado o ritmo de reajuste, porque existe uma defasagem e os efeitos dos aumentos nos Ășltimos meses sobre a inflação começam a ser sentidos.
âOs aumentos anteriores da taxa de juros jĂĄ começaram a ter reflexos na economia. Percebemos que a atividade econĂŽmica dĂĄ sinais de desaquecimento e, nos prĂłximos meses, os efeitos defasados do aumento da Selic vĂŁo continuar contribuindo para desestimular o consumo e desacelerar a inflaçãoâ, avalia Andrade. Para ele, aumentaram as chances de recessĂŁo em 2022 por causa do impacto negativo dos juros mais altos sobre o crĂ©dito para os consumidores e as empresas.
Para a Associação Comercial de SĂŁo Paulo (ACSP), a elevação da Selic trarĂĄ custos maiores para o comĂ©rcio e para o setor produtivo em geral. Em comunicado, a entidade argumentou que o aumento de juros nĂŁo se justificaria porque os preços estĂŁo sendo pressionados por problemas de oferta, como alta nos combustĂveis e na luz, nĂŁo por causa de excesso de demanda.
Segundo a ACSP, o reajuste da Selic dificultarå o acesso ao crédito. A associação cobrou a resolução do impasse entre o governo federal e o Congresso em torno da situação fiscal, o que contribuiria para a valorização do real e a queda dos preços.
A Federação das IndĂșstrias do Rio de Janeiro (Firjan) entende que um aumento da taxa bĂĄsica de juros da economia (Selic) em 1,5 ponto percentual foi excessivo neste momento. âO quadro inflacionĂĄrio atual e as expectativas para a inflação, principalmente por conta da piora da situação fiscal e da recomposição da demanda, justificam a manutenção do ciclo de alta da taxa de juros. PorĂ©m, entendemos que acelerar o ritmo de aumento foi precipitado e poderĂĄ comprometer a recuperação de uma economia ainda fragilizadaâ, avaliou a Firjan.
A nota da federação diz ainda que, diante de perspectivas futuras de maior expansĂŁo do gasto pĂșblico, a aprovação das reformas administrativa e tributĂĄria se faz “inadiĂĄvel e inegociĂĄvel”. “SĂł assim serĂĄ possĂvel manter as contas pĂșblicas equilibradas, resgatar a confiança dos empresĂĄrios e promover um crescimento sĂłlido da atividade econĂŽmicaâ.
Fonte: Agenciabrasil
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